Esclarecimentos da CDU sobre as “manobras de diversão” do PSD no Porto

A “manobra de diversão” que o PSD está a montar à volta do processo das edificações na Arrábida desde que Rui Rio foi convidado a depor perante a Comissão não nos surpreende, bem como não nos surpreendem todos os artigos, cartas e outras distracções com que desde esse momento vêm tentando atrasar o apuramento de responsabilidades políticas neste processo.

A CDU está, nesta e noutras polémicas, de consciência tranquila – seja pelas intervenções havidas, seja pelas denúncias que sempre fez, seja pela posição coerente em cada momento.

Estranha e inadmissível é a irresponsabilidade que o PSD demonstra com os pseudo-argumentos que escolhe para criticar a postura coerente da CDU.

Não pode ser apenas desatenção dizer que a CDU se “mantém silenciada sobre o processo da Arrábida”: significa passar ao lado das nossas posições e comunicados ao longo dos anos, incluindo o presente.

Para rebater tal “argumento” basta sugerir a leitura das actas dos órgãos autárquicos municipais onde a CDU teve intervenção na defesa do apuramento da verdade e na denúncia de irregularidades deste processo.

Mas o que o PSD não irá ver é a CDU a quebrar o dever de confidencialidade que assumimos assim que se iniciaram os trabalhos da Comissão de Inquérito, ao contrário de outras forças políticas que foram vertendo a informação para a Comunicação Social, de forma truncada e descontextualizada.

Igualmente seria difícil tratar-se de desatenção o facto de o PSD afirmar que a CDU “votou favoravelmente” o Orçamento Municipal: seria antes caso para perguntar se os eleitos do PSD assistem de facto ao que se passa nos órgãos autárquicos municipais do Porto.

A CDU absteve-se no Orçamento Municipal, mas não porque se tenha zangado ou tornada amiga deste ou daquele compadre, ou por qualquer outro tacticismo eleitoralista.

A CDU absteve-se no Orçamento pela análise que faz do conteúdo do mesmo, por ter registado alguns avanços em matérias fiscais, na Habitação, no movimento Associativo Popular e no investimento na Cidade, após décadas de investimento quase nulo.

Não deixamos, obviamente, de criticar os vários aspectos negativos que a proposta igualmente contém, nomeadamente as privatizações que vêm ainda da gestão PSD/CDS e também aquelas que se fizeram no mandato de PS/Rui Moreira.

A estas falsas acusações do PSD contrapomos o exemplo da sua atitude na União de Freguesias de Cedofeita e Centro Histórico: apesar da clara incapacidade do Presidente da mesma em trabalhar com os seus pares e até mesmo com os seus correligionários, da forma autoritária como trata os trabalhadores da Junta, e da forma negligente como gere o património da autarquia, ainda há dias o seu Orçamento só passou porque o PSD o votou favoravelmente.

Recordamos que os mandatos que o PSD teve na Câmara Municipal ficaram marcados pelo autoritarismo sobre os trabalhadores, pelo roubo de direitos que estes haviam conquistado, e por outros tiques repressivos, pelo que não admitimos ao PSD que sequer aponte qualquer crítica à CDU no que respeita à defesa dos trabalhadores.

Também neste mandato, e perante as injustiças que permanecem, a vereação da CDU tem tido um papel incansável na defesa dos trabalhadores, seja pela reposição das 35h, pela regularização dos vínculos precários, pela defesa dos mesmos direitos aos trabalhadores das empresas municipais, ou contra posições e posturas autocráticas que ainda persistem para com os trabalhadores.

No caso mediático mais recente (e provavelmente aquele a que o PSD se está a referir), na acta da reunião em que foi abordada é bem notório que a voz que se destacou na defesa da trabalhadora em questão foi a da vereadora Ilda Figueiredo, pelo que, e mais uma vez, não pode tratar-se de desatenção.

Aliás,nessa matéria há que recordar que o PSD não só não se pronunciou, como votou favoravelmente o quadro apresentado com novas nomeações para as CPCJ’s, enquanto a CDU votou contra e condenou firmemente o processo de afastamento.

Quanto às acusações de a CDU “namorar com a Direita mais autocrática que a cidade conheceu desde o 25 de Abril”, tal absurda afirmação acaba por ser a admissão da sua própria postura autoritária quando assumiu a responsabilidade da gestão camarária.

Reiteramos que, ao contrário do PSD, a CDU não toma posições atendendo a outros interesses que não sejam os do Povo.

Não é por acaso que a CDU apresenta sempre moções a valorizar as conquistas de Abril, e o PSD, como fez já este ano em algumas freguesias do Porto, apresenta apenas moções falaciosas a comemorar o 25 de Novembro.

Sobre as responsabilidades do PSD/CDS, do PS, e do Movimento Rui Moreira no que respeita às questões sobre os terrenos da Arrábida, a CDU apresentará a sua posição publicamente, como é natural, apenas e só após se levantar o compromisso de confidencialidade assumido, como o impõe a ética democrática que observamos.

Porto, 13 de Dezembro de 2018

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