Rui Moreira reincide no uso inaceitável dos meios institucionais de comunicação do município para atacar a CDU
Na sequência da reunião de ontem da Assembleia Municipal do Porto, o sítio do município faz manchete com uma peça manipulada com o título mentiroso “Comunistas voltam a não estar ao lado da cidade”.
Assim, a CDU vê-se forçada a divulgar a seguinte posição:
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Ao usar os meios institucionais de comunicação do município (ou seja, recursos públicos) de forma a distorcer as posições das forças políticas da oposição de acordo com os seus interesses, Rui Moreira traz à memória algumas das piores práticas de Rui Rio, que recorria com frequência a este tipo de expedientes.
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A coligação Rui Moreira/CDS/PS, se o entender, tem todo o direito de discordar e refutar as posições da CDU. No entanto, para o fazer, deve recorrer, tal como a CDU faz, aos seus próprios meios e não aos meios institucionais do município.
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Esta não é a primeira vez que Rui Moreira recorre a este tipo de práticas (recorde-se, por exemplo, a discussão do designado “Acordo Porto” em sede de Assembleia Municipal), o que demonstra que a imagem de tolerância que procura projectar não tem correspondência com a realidade.
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Ao contrário de Rui Moreira e de vários partidos representados na Assembleia Municipal do Porto, as forças componentes da CDU, sempre e em todas as circunstâncias defenderam a propriedade e gestão pública da TAP e da rede aeroportuária nacional, considerando esta matéria de elevada relevância regional e nacional.
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A CDU apresentou na reunião de ontem da Assembleia Municipal e na última reunião da Câmara Municipal uma proposta que reclamava:
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“1) Manifestar a sua profunda preocupação com a situação existente, dados os riscos que decorrem da gestão privada da TAP, na medida em que o Grupo TAP tende a ser colocado ao serviço de uma estratégia alheia ao desenvolvimento do Porto, da Região Norte e do país.
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2) Assumir a defesa de uma TAP inteiramente pública, recapitalizada, ao serviço do desenvolvimento de todo o país e fator de afirmação e projeção da soberania nacional, exigindo a pronta intervenção do Governo em algumas questões mais urgentes, designadamente a retoma imediata de todos os voos de e para o Porto e o fim da intenção de subcontratação de serviços regulares à OMNI/Whyte, como os previstos para a ponte aérea Lisboa-Porto, na medida em que representam uma torpe tentativa de fugir à contratação de trabalhadores com direitos.”
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A proposta da CDU para além de condenar as mais recentes decisões da TAP com consequências negativas para o Porto e para o país, sublinhava a questão essencial – a necessária propriedade e gestão pública desta companhia. Pelo contrário, o texto aprovado, que mereceu o apoio do PSD, de membros do CDS, do PS e BE, branqueia o processo de privatização e os seus principais responsáveis.
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Quando o anterior Governo PSD/CDS se preparava para concretizar a privatização da TAP, que originou os cortes nos voos com origem e destino no Porto e outras decisões negativas, e quando o Governo do PS tornou pública a insuficiente solução que levou a cabo com os consórcios privados, as forças componentes da CDU, sem hesitação, nos órgãos autárquicos do Porto e na Assembleia da República, defenderam energicamente o interesse público, criticando estas escolhas.
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Rui Moreira, que em Abril de 2015 afirmou “A TAP não é estrutural para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro nem para a região, nem a região parece ser estrutural para a TAP. Não dramatizo essa situação, é um problema do Governo, não é um problema nosso.” e que agora se comporta como um “cristão novo” no que se refere à alegada preocupação acerca dos interesses regionais, não tem qualquer autoridade política para criticar a CDU nestes termos.
Por tudo isto, a CDU exige a Rui Moreira que proceda imediatamente à retirada da referida publicação do sítio oficial do município e que no futuro não repita esta prática inaceitável, ainda mais grave no caso pela evidente deturpação e manipulação das posições da CDU.
Porto, 1 de Março de 2015
A CDU – Coligação Democrática Unitária / Cidade do Porto