Ribeira-Barredo esquecida pela SRU. Um centro Histórico devoluto que urge reabilitar e povoar.

Uma delegação da CDU, acompanhada por Pedro Carvalho – Vereador e candidato a Presidente da Câmara do Porto – visitou hoje a zona da Ribeira-Barredo na freguesia de S. Nicolau.

A Visita teve a intenção de fazer um balanço de dois mandatos de coligação PSD/CDS para esta Zona. O resultado é visível, abandono total das intervenções camarárias e da SRU.

A Zona da Ribeira-Barredo, com intervenções arquitectónicas exemplares da altura do CRUARB, que também valeram ao Porto a distinção de Património da Humanidade, foi completamente ignorada nesta década, estando inclusive muitas das habitações reabilitadas nessa altura hoje fechadas sem qualquer tipo de ocupação. Esta zona espelha que, de Vivo, o Porto tem pouco e que além de um nome desajustado a SRU tem um conceito que deu provas suficientes de não funcionar.

Só um senhorio muito abastado pode realmente deixar o seu património pronto a habitar abandonado, fazendo com que a deterioração dos edifícios seja mais acelerada e os custos ainda mais avultados. Infelizmente, neste caso o senhorio somos todos nós e são bastantes os portuenses a necessitar de habitação.

Os próprios habitantes destas freguesias viram-se nestes anos negados da possibilidade de conseguir manter os filhos por perto, que foram rumando a outros concelhos para encontrar uma oferta habitacional a preços comportáveis. Alguns destes habitantes tinham sido alojados provisoriamente no Aleixo durante a reabilitação desta zona e alguns voltaram, mas foram muitos outros que ficaram por lá sem expectativas de retorno. Hoje no processo de demolição do Aleixo, voltam ao jogo de empurra, que para esta câmara significa atirar com os habitantes do Porto para as periferias e concelhos limítrofes.

Pela voz dos habitantes do Barredo foram apontadas um número de 60 casas em condições de habitabilidade que, ainda assim, se encontram abandonadas, tendo sido relatado um caso de uma idosa inquilina num prédio de habitação camarária que, em graves condições de mobilidade vive no 3º andar, e pediu à câmara uma transferência para o 1º que se encontra desocupado. Pedido este que lhe foi negado sem qualquer explicação razoável e, em contrapartida, foi-lhe apresentada uma alternativa longe do local onde sempre morou,

A CDU tem vindo a acentuar a sua prioridade no combate destas injustiças, reclamando um Centro Histórico do Porto inclusivo, com identidade, no qual é necessário promover um mercado social de arrendamento que permita a inclusão de novos habitantes em comunhão com as comunidades existentes. Um exemplo apontado pela CDU seria a distribuição pontual de habitações, pela malha do centro histórico, destinadas a estudantes universitários e que estivessem integradas com as populações locais, atraindo desta forma jovens para o centro histórico.

Complementarmente, será também necessário dinamizar a actividade comercial e turística, promovendo eventos como, por exemplo, uma feira medieval e um Festival do Vinho do Douro e Porto, explorando-se parcerias com o município de Vila Nova de Gaia. O incentivo à fixação de oficinas e pequenas indústrias de antigos ofícios, tão necessários à genuína reabilitação destes edifícios, e o apoio e divulgação do comércio tradicional seriam outros exemplos impulsionadores ao desenvolvimento económico desta área e apelativas à manutenção de uma genuína marca PORTO, selo distintivo para a qualidade turística da região.

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