Degradação do Bairro do Leal: uma confirmação das mentiras associadas à demolição do Bairro do Aleixo
O Vereador e candidato da CDU – Coligação Democrática Unitária à Presidência da Câmara Municipal do Porto, Pedro Carvalho, visitou no dia 7 de Abril o Bairro do Leal, na freguesia de Santo Ildefonso.
O abandono a que o Bairro do Leal tem sido votado não é de agora. Nos últimos 8 anos, foram deslocados muitos dos habitantes que aqui residiam, alguns dos quais há 70 anos. Foram demolidos e entaipados fogos que foram ficando desabitados.
O Bairro do Leal encontra-se num estado bastante degradado, com muitas habitações devolutas e abandonadas, terrenos em espera de utilização. Presentemente, não residem no bairro mais de 20 pessoas, quando, depois do 25 de Abril, chegaram a viver cerca de 600.
Aquando da apresentação da operação imobiliária em torno do Aleixo, o Bairro do Leal foi apontado como uma das alternativas para o realojamento dos moradores das torres demolidas, tendo inclusive a Câmara Municipal anunciado a sua reabilitação e a construção de 80 novos fogos, entre outros na cidade, como parte do contrato com o operador privado.
Actualmente, a poucos dias da demolição da torre nº quatro do Bairro do Aleixo, verifica-se que as promessas feitas pela coligação PSD/CDS sobre a deslocalização dos moradores do Aleixo, nomeadamente no que diz respeito à oferta municipal de habitação social, não passaram de declarações demagógicas para iludir a opinião pública. O Bairro do Leal é uma das partes esquecidas desta narrativa.
O bairro foi relembrado em torno da polémica do Aleixo, mas rapidamente voltou a ficar esquecido pela Câmara Municipal. Este bairro, consta no rol de mentiras associadas a este famigerado processo e comprova a estratégia da coligação PSD/CDS de fazer do Parque Habitacional Camarário um palco para o “jogo da cadeira”, em que cada vez que a autarquia submete os seus inquilinos a “correr de bairro em bairro” acaba sempre algum por ficar de fora. Infelizmente neste “palco”, não é apenas uma cadeira que é retirada em cada “dança”, mas sim uma quantidade significativa de fogos, que nos três mandatos de maioria da coligação PSD/CDS já somam os 1200 fogos, ou seja, 8% da habitação social existente na cidade.
No que diz respeito aos agregados que residiam no Bairro do Aleixo, tendo em conta os realojamentos efectuados até ao momento, 127 famílias foram realojadas até Dezembro de 2012 e outras 40 perderam acesso à habitação social. Assim, o que se verificou não foi a transferência de moradores para novas habitações construídas ou reabilitadas pelos promotores privados conforme prometido, mas o acentuar da redução da oferta de habitação social numa fase em continuam a aumentar o número de pedidos de habitação social.
Ou seja, continuam por avançar a construção/reabilitação dos 300 fogos de habitação social no contrato da operação imobiliária com os promotores privados, assumindo a Câmara Municipal os custos dos realojamentos já efectuados, reduzindo assim as obrigações do Fundo Imobiliário.
Note-se ainda que passados estes anos, o que se assiste é que o fenómeno da droga que serviu de desculpa para a demolição do Aleixo espalha-se a outros bairro sociais da cidade, como o Pinheiro Torres e Pasteleira, demonstrando que os problemas sociais não se resolvem com simplesmente com implosões.
A CDU insiste que é urgente avançar com a reabilitação do Bairro do Leal (que chegou a haver um projecto de execução já em 2004) e a construção de novas e modernas habitações sociais nesta área, a par da suspensão da operação imobiliária do Aleixo, no sentido de se criar nos terrenos um bairro social de novo tipo, que garanta o realojamento dos moradores actuais que assim o desejarem, evitando que os terrenos do Bairro do Aleixo se transformem num “ground zero”, conforme aconteceu ao Bairro S. João de Deus.
O vereador da CDU, Pedro Carvalho, nesta próxima reunião do executivo, irá questionar a maioria sobre o futuro do bairro do Leal e irá também intervir junto dos serviços camarários para assegurar a limpeza das zonas verdes de entulhos e lixos para repor questões de salubridade.
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