Atentado Ambiental no Douro: A C. M. do Porto mantém, em plena Cidade, uma Sucata ao Ar Livre

É sabido que, no Porto, existem centenas de viaturas abandonadas na via pública, que se destacam pela existência de vegetação por baixo das mesmas e pelo estado de degradação em que muitas vezes se encontram, designadamente com vidros partidos e sem rodas.

Esta situação é inadmissível numa cidade com tantas carências de estacionamento e, por outro lado, pelos problemas de insalubridade e sentimentos de insegurança que provoca nas populações.

Consciente desta situação, a CDU – Coligação Democrática Unitária, pela voz do seu Vereador na Câmara Municipal do Porto, engº Rui Sá, apresentou na reunião de 4 de Março, uma proposta em que se deliberava:

Recomendar ao Senhor Vereador do Pelouro do Urbanismo e da Mobilidade a apresentação, no prazo de 30 dias, de um documento que sintetize o quadro legal em que o Município pode actuar perante as viaturas abandonadas na via pública, bem como das medidas preconizadas pelos serviços municipais para tornar mais eficaz o combate a esta situação” – proposta que foi aprovada com a abstenção dos vereadores da coligação PSD/CDS.

Nessa reunião, o Vereador do Pelouro do Urbanismo e da Mobilidade, dr. Lino Ferreira, afirmou que a Câmara Municipal do Porto tinha apresentado uma proposta na Área Metropolitana do Porto no sentido de, no seu seio, ser encontrada uma solução para este problema – proposta que teria merecido a concordância das restantes Câmaras e do sr. Secretário de Estado da Administração Interna.

Por outro lado, a CDU, por intermédio do seu representante no Conselho Municipal de Segurança, Deputado Municipal Artur Ribeiro, tem vindo a chamar a atenção para a necessidade de se resolver o problema relacionado com as viaturas roubadas, normalmente em mau estado de conservação, que se acumulam à porta das diversas esquadras da Cidade, com a consequente degradação do espaço público daí decorrente.

Não obstante estas chamadas de atenção, hoje, mais de meio ano passado desde a aprovação da referida recomendação na Câmara Municipal do Porto, a mesma não foi cumprida, com o consequente agravamento da situação na via pública.

No passado Domingo, dia 28 de Setembro, os eleitos municipais da CDU, acompanhados de eleitos na Assembleia de Freguesia de Campanhã e de outros activistas da CDU, visitaram hoje a sucata a céu aberto que a Câmara Municipal do Porto mantém num terreno ao lado da Pousada do Freixo (com saída directa para o Rio Douro), onde acumula centenas de viaturas abandonadas e recolhidas da via pública.

Este terreno, que ironicamente constitui a entrada na Cidade do Porto para quem vem da estrada marginal que a liga a Entre-os-Rios, constitui uma verdadeira ferida ambiental, com a contaminação de solos adjacentes ao Rio Douro por viaturas que derramam óleos, combustíveis e ácidos.

Simultaneamente, esta sucata ao ar livre (numa Cidade em que o Município do Porto teve um papel importante na extinção de sucatas privadas, como sucedia nos terrenos adjacentes ao Parque da Cidade), constitui um atentado ambiental à paisagem, designadamente para os milhares de turistas que passeiam de barco no Douro (e que, olhando para o Palácio do Freixo, são surpreendidos por uma sucata onde se empilham centenas de viaturas) ou para todos aqueles que frequentam as instalações (incluindo o bar/restaurante) da marina do Freixo ou o Museu da Imprensa.

Conforme declarou, na altura, o Vereador da CDU, Rui Sá, “é vergonhoso que haja, dentro da cidade,uma sucata gerida pela Câmara e que é um verdadeiro atentado ambiental à paisagem”, nomeadamente porque “é uma zona nobre da cidade, onde passam muitos turistas de barco uqe têm como vista, junto a uma futura pousada turística, a vista duma sucata”.

A CDU – Coligação Democrática Unitária da Cidade do Porto considera inadmissível a manutenção desta situação em que, por um lado, não se adoptam as medidas necessárias à expedita remoção de viaturas abandonadas na via pública e, por outro, coloca aquelas que são removidas numa sucata ao ar livre que, objectivamente, constitui uma ferida ambiental numa zona nobre da Cidade.

Nesse sentido, na próxima reunião da Câmara Municipal do Porto, o seu Vereador voltará a abordar o assunto, exigindo a adopção das medidas adequadas à resolução deste problema.

Porto, 28 de Setembro de 2008

A CDU – Coligação Democrática Unitária

da Cidade do Porto

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