Mulheres CDU do Porto confiam num bom resultado eleitoral
O Passeio das Mulheres CDU do Porto é uma iniciativa que, completando 27 anos nesta última edição, realizada no passado domingo, dia 2 de Julho, todos os anos se renova em calor humano, convívio fraterno e camaradagem. E foram, mais uma vez, essas características que se demonstraram indisfarçavelmente no Passeio deste ano, por entre as centenas de apoiantes da CDU que se deslocaram a Resende, local aonde aquela iniciativa voltou este ano.
A praia fluvial de Porto de Rei em Resende é um dos locais repetentes dos muitos por onde, ao longo dos últimos 27 anos, já passou o Passeio das Mulheres da CDU. Com um muito espaçoso parque de merendas repleto de sombra das árvores ali existentes, aquele é um local que propicia o piquenique e o petisco, tal como se verificou em todas as edições desta iniciativa ali realizadas, e, junto com os “comes e bebes”, ali se presencia, também, a inevitável partilha dos mesmos entre camaradas e amigos.
Além da alta temperatura que se fez sentir no passado domingo, inspiradora dos banhos refrescantes na piscina ou no rio situados logo ao lado do espaço onde decorreu a iniciativa, foi também indisfarçavelmente notório o calor humano dos camaradas e amigos que se encontram e convivem, naquele ambiente comum carregado de confiança que, como Jerónimo de Sousa mencionaria mais tarde na sua intervenção, não é uma “confiança que fique pendurada à espera”, mas sim uma “confiança sustentada” no projecto da CDU e nos “homens e mulheres que estão dispostos a lutar pelo seu país, pelos trabalhadores e por aqueles que menos têm e menos podem”.
Antes da intervenção do Secretário-geral do PCP, coube a Ilda Figueiredo, candidata da CDU à Câmara Municipal do Porto, as primeiras palavras das intervenções políticas daquela tarde. Ilda Figueiredo, após saudar todos os presentes, e sublinhando a “tarde magnífica de sol, de companhia, confraternização, amizade e camaradagem”, afirmou que a CDU “faz a diferença no Porto e no País”.
A candidata da CDU à Câmara Municipal do Porto continuou a sua intervenção referindo-se à pretensa independência da candidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto, elencando as figuras conhecidas do PSD e CDS que integram ou apoiam a lista, e questionando: “Mas esta lista é independente de quê? Dos grandes interesses económicos e financeiros?” Perguntas às quais também retorquiu imediatamente, afirmando: “Já sabemos que não é!”. E exemplificou com as diversas privatizações operadas na cidade no Porto nos últimos anos, como na recolha do lixo, na manutenção de espaços municipais e outros, declara a evidente política de direita que é, aliás, plenamente apoiada por PS, PSD e CDS no Porto. “Nós queremos um Porto para todos e não para os interesses económicos e financeiros e para as elites”, afirmou Ilda Figueiredo, concluindo que a CDU “ vai lutar” com os seus eleitos na “defesa da cidade”.
Referindo-se às eleições autárquicas deste ano, Jerónimo de Sousa destacou a participação de todos aqueles que compõem a CDU, desde os militantes do PCP, do PEV e da ID, mas realçando os “milhares e milhares de homens, mulheres e jovens independentes”, que não sendo de nenhum daqueles partidos, “estão com este projecto unitário”, afirmou. E, para aquele dirigente comunista, a importância das próximas eleições autárquicas extravasa o âmbito do Poder Local, sublinhando “a importância do reforço da CDU nas autarquias para ficar em melhores condições para continuar a sua luta, a sua acção e a sua proposta no quadro da nova fase política da vida nacional”. Jerónimo de Sousa relembrou a recente derrota do governo de direita do PSD e CDS, e que, “perante o conformismo do PS”, foi o PCP que teve a iniciativa de acabar com os constantes ataques aos trabalhadores e o povo, que permitiu a “inversão da marcha para o declínio e o retrocesso” criando as condições que “que levassem à reposição de direitos roubados aos portugueses”. Tudo isto, lembrou, apesar do PS não ter “rompido com a política de direita”. Jerónimo de Sousa elencou as diversas medidas que, por intervenção da CDU na Assembleia da República, e que, noutras circunstâncias, nunca seriam possíveis tendo em conta o “programa eleitoral do PS tímido e recuado”, como o foram o aumento do abono de família, o descongelamento e aumento real das pensões e outros, aumentos e medidas que, “sozinhos nessa batalha”, a CDU conseguiu, aludindo também ao aumento extraordinário das pensões que está já previsto para Agosto.
Sempre valorizando os avanços conseguidos, o Secretário Geral do PCP considerou que tais avanços têm sido “de forma insuficiente, de forma limitada”, provocada pelos “problemas de que o PS não se liberta” como o são “os constrangimentos e imposições do estrangeiro”. Jerónimo de Sousa afirmou como uma possibilidade real a adopção da política patriótica e de esquerda que a CDU defende, “que assuma a soberania económica do nosso país, que resolva os problemas estruturais, que aumente a produção nacional e que crie mais riqueza”.
Após o momento político muito participado, com inúmeras exclamações de apoio, palmas e identificação com as intervenções de Ilda Figueiredo e Jerónimo de Sousa, aquela iniciativa continuou com entusiasmo reforçado. Entusiasmo, aliás, que foi plenamente audível na reacção às palavras que encerraram a intervenção do Secretário Geral do PCP: “Para ano cá estamos, com mais força e mais confiança!”.