Coligação Rui Moreira/CDS/PS: Uma frágil unidade assente em interesses estranhos à cidade do Porto
Em resposta a solicitações de órgãos de comunicação social, a CDU emite as seguintes considerações acerca da crise no seio da coligação Rui Moreira/CDS/PS:
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Desde o início do mandato que têm sido vários os indícios de divergências na coligação Rui Moreira/CDS/PS, cuja formação, desde da constituição das listas de Rui Moreira, sempre assentou numa frágil unidade suportada em interesses estranhos à cidade do Porto.
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A polémica em torno do mandato e das funções do Vereador Sampaio Pimentel traduz a degradação do ambiente no interior da coligação Rui Moreira/CDS/PS que resulta de questiúnculas e guerras internas, reflecte a existência de sensibilidades políticas e projectos pessoais diferenciados, facto que não impediu nem impede a convergência em opções negativas para as populações.
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Este diferendo, que envolveu directamente o CDS, torna ainda mais claro que a “independência” das listas de Rui Moreira não passa de um mito que se pretende projectar, havendo, como se demonstra, dependência partidária do Presidente da Câmara.
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Fica por esclarecer se o desfecho anunciado condicionará opções futuras, reforçando a continuidade em relação à gestão anterior de Rui Rio/PSD/CDS no que diz respeito à gestão de dossiers tão importantes como o Teatro Rivoli e o Bairro do Aleixo, entre outros.
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Neste contexto importa também recordar a forma como se processou a demissão de Daniel Bessa de Presidente da Assembleia Municipal do Porto (substituído por um representante do CDS), a diferença entre a hierarquização de vereadores e a sua posição na lista de Rui Moreira, o diferendo que resultou na não atribuição de responsabilidades executivas à Vereadora do PS Carla Miranda, as diferenças de posições assumidas a propósito do Mercado do Bolhão entre Rui Moreira e o Vereador do PS Correia Fernandes, o posicionamento da Vice-Presidente da Câmara Guilhermina Rego em relação à votação das Contas de Gerência de 2013, a que se somam um conjunto de declarações públicas de eleitos e dirigentes das listas de Rui Moreira, CDS e PS – tudo isto e ainda não decorreu sequer um ano de mandato!
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Portanto, o desfecho tornado público não significa o propalado o fim dos conflitos internos na coligação Rui Moreira/CDS/PS. Antes pelo contrário, significa a manutenção de clima de coesão simulada que provavelmente conhecerá novos episódios de tensão e divisão.
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O Município do Porto reclama uma mudança de políticas e uma ruptura com os eixos principais da gestão anterior Rui Rio/PSD/CDS, necessidade que não se limita apenas à substituição deste ou daquele elemento das listas de Rui Moreira ou a simples mudanças de estilo, mas que implica uma alteração profunda de rumo, algo que não se tem verificado em aspectos essenciais.
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Pela sua parte, alheia a manobras de bastidores, a CDU continuará a desenvolver o seu trabalho de proximidade com as populações e de apresentação de propostas tendo em vista a resolução dos muitos problemas com que a cidade do Porto se depara e marcando positivamente a diferença em relação às demais forças representadas na Câmara Municipal.
Porto, 26 de Agosto de 2014
A CDU – Coligação Democrática Unitária / Cidade do Porto