Urge fazer uma auditoria à forma como Rui Rio e a coligação PSD/CDS geriram o Rivoli Teatro Municipal
A CDU – Coligação Democrática Unitária manifestou sempre a sua frontal oposição à forma como Rui Rio e a coligação PSD/CDS geriram o Rivoli Teatro Municipal.
Em particular, mereceram criticas da CDU a forma como foi extinta a Culturporto, lançando para o desemprego os seus funcionários e destruindo uma equipa competente com conhecimentos e experiência na gestão de equipamentos culturais e na organização e promoção de programas de animação. A forma como foi nomeada uma comissão de gestão do Rivoli, envolvendo uma familiar do então Vice-Presidente da Câmara, que não se coibiu de participar na respectiva eleição. O simulacro de concurso público para atribuição da concessão do Rivoli e que, face ao escândalo que essa situação causou (levando mesmo à demissão do então Vereador da Cultura), foi anulado. A entrega, por “ajuste directo”, do Rivoli a uma empresa gerida por La Feria, com condições principescas em que o Município assegurava a totalidade das despesas de funcionamento, tendo como contrapartidas uma pequena percentagem das receitas de bilheteira. O envolvimento de diversas empresas do universo municipal que adquiriram bilhetes de espetáculos distribuindo-os sem critérios conhecidos. A forma como La Feria deixou o Rivoli, sendo pública a existência de dívidas a atores e a diversos fornecedores.
Para além de manifestar a sua oposição a todos estes episódios, denunciando-os e considerando que os mesmos não eram benéficos nem para a cidade nem para o Município, a CDU procurou, ao abrigo das disposições legais, obter informações que permitissem conhecer com maior profundidade a realidade do Rivoli. Em vão, dado que Rui Rio e a coligação PSD/CDS sempre se negaram a prestar informações tão simples como o montante das verbas pagas por La Feria ao Município do Porto, o custo e a responsabilidade pelo mesmo das obras de adaptação do Rivoli, o custo dos espectáculos adquiridos por empresas municipais, o teor dos relatórios mensais sobre o funcionamento do Rivoli que deviam ser redigidos pela sua gestora.
Recentemente, em entrevista dada por Tiago Guedes, Director Artístico dos teatros Rivoli e Campo Alegre recentemente nomeado num processo criticável, este refere: “(…) o que se sente é que este teatro não tem sido bem cuidado. Não por falta de esforço e de zelo da equipa, mas por ele ter efectivamente sido deixado em muito mau estado pelo Filipe La Féria. Houve manutenções do equipamento que não foram feitas e mudanças estruturais que vão requerer obras de monta no final deste ano – para adaptar a sala às especificidades de espectáculos de revista, foi montado um palco em cima do que o eleva em 30 centímetros e acrescentou-se uma plataforma elevatória que continua lá… É preciso remover isto e requalificar o que está por baixo.” E quando questionado sobre se não haverá entraves financeiros a esta obra, Tiago Guedes respondeu: “O ideal era entregar a fatura ao Filipe La Feria e pôr-lhe o material que ele deixou no Rivoli à porta do Politeama. Mas isso não vai ser possível porque tudo foi feito com consentimento político”.
Perante estas afirmações, que infelizmente confirmam os alertas que a CDU foi fazendo ao longo dos anos, a coligação Rui Moreira/CDS/PS não se pode remeter a um silêncio cúmplice.
Nesse sentido, a CDU informa que irá propor a realização de uma auditoria à forma como o Rivoli Teatro Municipal foi gerido após a extinção da Culturporto, incluindo os seguintes tópicos:
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O apuramento da totalidade dos custos inerentes ao seu funcionamento e às obras entretanto realizadas no seu interior;
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A forma como foram apurados os valores das receitas inerentes à cedência do espaço e as verbas efectivamente cobradas e pagas;
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A atividade desenvolvida pelas pessoas nomeadas para a sua gestão;
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Os valores pagos pelo Município com a compra de espectáculos e/ou de bilhetes para espectáculos;
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Os valores que se estima ter que despender para repor o Rivoli na sua forma original.
A CDU considera que, tal como foi anunciado por Rui Moreira relativamente ao polémico processo do Bairro do Aleixo, a realização desta auditoria, num prazo curto, é indispensável para, com transparência, se mostrar à cidade os verdadeiros custos e benefícios da política seguida por Rui Rio e pela coligação PSD/CDS relativamente ao Rivoli. E de, perante os resultados dessa auditoria, se tomarem as medidas adequadas, doa a quem doer.
A boa e transparente gestão dos dinheiros públicos assim o exige!
A CDU – Coligação Democrática Unitária / Cidade do Porto