CDU quer que Câmara do Porto invista na requalificação da zona de Noeda em Campanhã
O vereador da CDU na Câmara do Porto vai apresentar na terça-feira ao executivo uma proposta de requalificação da zona de Noeda (Campanhã), e questionar a autarquia sobre pos motivos que impediram o avanço do bairro social ali anunciado há uma década.
No final de uma visita a esta zona da freguesia de Campanhã, Pedro Carvalho recordou que, nos últimos anos, tem vindo “sucessivamente a chamar a atenção para o problema”, pretendendo agora “trazer o assunto de novo à memória até para ver se, realmente, as vontades políticas e as promessas eleitorais do novo executivo são para cumprir e de que forma”.
“Manuel Pizarro [actual vereador da Habitação Social, pelo PS] e Rui Moreira [presidente da Câmara] passaram nesta zona antes das eleições e mais uma vez, promessas foram feitas da continuidade da recuperação com prioridade em Campanhã”, recordou Pedro Carvalho.
Embora admita que se está, “de facto, a intervir na zona de Campanhã”, Pedro Carvalho ressalva que é apenas “na parte frontal da Estação de Campanhã”, continuando a zona da Noeda a fazer parte de um “Porto esquecido”.
No passado dia 25 de Março assinalaram-se “10 anos desde que o antigo vereador de Rui Rio, Ricardo Figueiredo, anunciou a construção de 30 fogos sociais na Noeda ”. Neste âmbito, e aproveitando as obras para extensão do interface da Campanhã, para integração com a linha de metro ligeiro, foi então assinado um protocolo com a REFER em que esta se comprometia a construir habitações para realojar algumas famílias e a ceder 500 mil euros para recuperação de alguns dos edifícios devolutos da Rua do Freixo.
“Mas a verdade é que foi mais um daqueles projectos e promessas eleitorais de Rui Rio que acabou por não ser cumprida e, 10 anos depois, apesar de o bairro social da Noeda ter um projecto de cerca de 200 mil euros que foi pago por dinheiros públicos e apresentado (prevendo 2 edifícios, com 30 fogos e uma cércea de 2 andares), nada foi feito”, afirmou Pedro Carvalho.
Como resultado, denuncia, “o sítio onde estava o lavadouro da Noeda está hoje completamente degradado, a zona de arruamentos está sem passeios, há ‘ilhas’, casas e muitos edifícios fabris devolutos e, no local onde ia nascer o novo bairro de 30 fogos sociais, estão ervas e algumas cabras que pastam por ali”.
De acordo com o vereador, “ainda hoje não se percebe muito bem o que aconteceu ao protocolo com a REFER” e, numa altura em que se avizinha um novo ciclo de fundos comunitários, há que aproveitar a oportunidade para dinamizar “projectos concretos de requalificação e de valorização de toda aquela zona e tentar fazer parcerias com privados para a resolução de problemas de terrenos devolutos que podem vir a ter actividade económica”.
“Se a Câmara não utilizar a expansão do interface de Campanhã para criar uma possibilidade de requalificação de toda esta área vamos ficar, de novo, com uma situação de abandono em Campanhã”.
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