CDU apresenta programa para resolução do problema das ilhas do Porto

O vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, visitou no passado dia 23 de Novembro, algumas das ilhas de habitação na Rua de S. Vítor, na freguesia do Bonfim.

Pedro Carvalho justificou ter escolhido visitar a zona de S. Vítor porque ali se concentram “tipologias de quase todos os tipos de ilhas do Porto”, sejam as “de corredor” ou as “de pátio, com possibilidade de ampliação”, bem como a diversidade socio-económica que as caracteriza.

Estas diferentes características passam, nomeadamente, pelas distintas condições de salubridade dos conjuntos habitacionais, mas também pelos preços praticados: bastante baixos, no caso de pessoas que ali residem há muito tempo, mas que também rondam os “250 ou os 300 euros para os moradores mais recentes”.

Pedro Carvalho, que juntamente com outros eleitos da CDU, visitou “135 ilhas nos últimos 5 meses” referiu ainda que o “levantamento de dados feito pela Domus Social deixa dúvidas”, apontando para a existência de “700 ilhas”.

Demolir não será a solução para todos estes conjuntos habitacionais típicos do Porto ainda existentes na cidade. Embora haja algumas que são completamente irrecuperáveis e devam ser demolidas, existem mutas outras que, pelo contrário, apresentam características que, com uma intervenção de reabilitação urbana adequada, poderão obter as necessárias condições de habitabilidade e de salubridade, conservando os modelos de convivência comunitária que as caracterizam. Tendo em conta a diversidade de casos, na reunião camarária da próxima terça-feira o vereador da CDU vai pedir à autarquia a realização de um estudo de caracterização para a elaboração de projectos de requalificação ou erradicação.

No fim desta visita à zona de S. Vítor, no Bonfim, este sábado, onde se concentram “mais de 30 ilhas”, Pedro Carvalho vincou ser este o momento para aproveitar os fundos comunitários do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para 2014/2020 para solucionar o problema.

Pedro Carvalho recordou que em Dezembro de 2011 o executivo aprovou fazer uma atualização do estudo de 2001 sobre as ilhas “no período de 8 meses”, mas “o objectivo não foi concretizado”.

“Há um fenómeno de reocupação das ilhas. O mais importante é conhecer a realidade para poder actuar. Este tem sido um problema sempre adiado. Temos tido respostas casuais, mas queremos um plano sistematizado”, defendeu. Admitindo estar “com alguma expectativa” no executivo liderado pelo independente Rui Moreira, Pedro Carvalho alertou que a Câmara “tem de ter uma postura activa face ao poder central”.

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