Administrações de empresas públicas de transportes confirmam cortes brutais de serviços e aumentos de preços

  • Governo vai terminar ou reduzir a oferta de 54% das linhas diurnas e nocturnas da STCP com entrada em vigor da nova rede em 1 de Julho
  • Governo pretende aumentar tarifários da CP Porto com o argumento de nivelar os valores com os preços praticados em Lisboa

Na sequência da aprovação pela Assembleia Municipal do Porto de uma deliberação proposta pela CDU – Coligação Democrática Unitária, teve lugar uma reunião envolvendo as administrações da Metro do Porto, da STCP, da CP, a Autoridade Metropolitana de Transportes, as Juntas de Freguesia do concelho e as diferentes forças políticas.

A discussão teve por base o relatório Adequação da oferta da rede de transportes colectivos da Área Metropolitana do Porto”, apresentado no final do ano passado como resultado do despacho n.º 13371/2011, do Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Tendo em conta a importância das matérias abordadas e a gravidades das medidas em preparação, a CDU torna público os principais conteúdos desta reunião:

  • As orientações do Governo de redução da oferta, de aumento de preços e de despedimento de trabalhadores estão a ser concretizadas, perspectivando-se as seguintes alterações:

    • No caso da STCP:

      • Estão previstas mudanças gravosas em 54% das suas linhas diurnas e nocturnas actuais com entrada em vigor da nova rede em 1 de Julho. De um total das actuais 64 linhas em funcionamento nos períodos diurno e nocturno, 16 passarão a ser exploradas por privados e 20 sofrerão alterações significativas;

      • O objectivo apresentado é reduzir 25% da oferta total da empresa, com a incidência de -16% no Porto, – 45% em Matosinhos, -25% na Maia, -27% Valongo, -57% em Gondomar, -18% em Vila Nova de Gaia. As únicas excepções a estes dados referem-se às linhas 61 e 94, onde continuarão em vigor os contratos com a VALPI (esta empresa conseguiu durante o processo de negociação impedir que a STCP substituísse os actuais contratos de exploração por serviços próprios da STCP como estava previsto inicialmente no relatório, mantendo assim a VALPI a receita garantida paga pelos contribuintes!);

      • Mantém-se o objectivo de extinção do tarifário monomodal no final do ano corrente;

      • Esta estratégia não vai resolver os problemas de endividamento da empresa, como antes os irá agravar por via da perda receita e da perpetuação da elevada dependência em relação à banca comercial. N

    • No caso da CP, foi confirmado o objectivo de determinar mais subidas dos preços praticados nos tarifários próprios das linhas suburbanas do Porto com os argumentos que os percursos realizados nestas linhas, em média, são superiores aos realizados pelos utentes das linhas suburbanas de Lisboa pelo mesmo preço e que o tarifário ANDANTE se organiza por zonas mais pequenas que o tarifário vigente na CP/Porto. Acresce ainda que o estudo contratado a uma empresa consultora para proceder à privatização das linhas suburbanas se encontra em fase de conclusão, pelo que esta medida prevista no Plano Estratégico de Transportes poderá ter desenvolvimentos num prazo não muito distante;

    • No caso da Metro do Porto, foi confirmado que se iniciará em breve a renegociação do contrato de Operação e Manutenção a entrar em vigor em 1 de Janeiro de 2015, assumindo-se como pontos de partida os objectivos de redução dos horários, da oferta de transporte, dos quilómetros percorridos e até de cortes na manutenção do material circulante e no nível de conservação e de renovação do sistema.

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